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Assertividade na comunicação

A comunicação é um processo interpessoal que envolve a transmissão de informação, tanto verbal como não verbal. A forma como comunicamos influencia diretamente os nossos pensamentos, emoções e comportamentos, sendo a assertividade considerada uma competência central para promover o bem-estar psicológico e a eficácia nas relações interpessoais.


Estilos de comunicação:

Diferentes padrões de pensamento e crenças podem condicionar a forma como as pessoas comunicam. Distinguem-se habitualmente em quatro estilos:

  • Comunicação assertiva: as pessoas expressam de forma clara e direta as suas opiniões, sentimentos e necessidades, defendendo os seus direitos pessoais sem desrespeitar os dos outros. Assumem a responsabilidade pelas próprias ações e mantêm uma postura honesta e respeitosa.

  • Comunicação passiva: as pessoas evitam expor abertamente os seus pensamentos ou preferências, comunicando de forma vaga ou implícita. Este estilo associa-se muitas vezes a pensamentos automáticos de insegurança ou medo de rejeição, o que conduz a hesitações, justificações excessivas e à anulação das próprias necessidades.

  • Comunicação agressiva: as pessoas expressam-se de forma impositiva, procurando afirmar as suas necessidades em detrimento dos outros. Comportamentos típicos incluem elevar a voz, utilizar o sarcasmo, acusações ou culpabilização, refletindo frequentemente crenças disfuncionais ligadas ao controlo ou à superioridade.

  • Comunicação passivo-agressiva: as pessoas não comunicam de forma direta os seus pensamentos ou sentimentos, aparentando concordar, mas resistindo internamente. Este padrão reflete muitas vezes dificuldades em gerir emoções negativas, levando a comportamentos indiretos ou dissimulados.


Assertividade: caracterização e relevância

A assertividade é entendida como uma competência aprendida, e não como um traço de personalidade. Define-se pela capacidade de:

  • recusar pedidos de forma adequada;

  • expressar sentimentos (positivos ou negativos);

  • formular pedidos;

  • defender direitos pessoais;

  • comunicar crenças e opiniões com clareza, sem desrespeitar os outros.


A ausência da comunicação assertiva resulta frequentemente de condicionamentos inibitórios (por exemplo, crenças centrais de desvalorização ou medo do conflito) que limitam a expressão emocional. Esta inibição pode gerar dificuldades de adaptação e impactar negativamente a auto-estima e a saúde mental.


Objetivos do treino em assertividade:

  • promover a dignidade e o respeito próprio;

  • expressar emoções de forma equilibrada;

  • comunicar com confiança;

  • aprender a dizer "não" sem culpa;

  • aceitar erros, responsabilizando-se e corrigindo-os;

  • formular críticas de forma construtiva;

  • reconhecer e respeitar limites pessoais;

  • prevenir conflitos agressivos;

  • desenvolver flexibilidade cognitiva;

  • lidar com recusas de forma adaptativa;

  • fortalecer o sentido de auto-eficácia.


Exercícios práticos:

  • reestruturar pensamentos:

    • identifique um pensamento automático inibitório (ex.: "se eu recusar, vão rejeitar-me")

    • reformule-o em alternativa assertiva (ex.: "tenho o direito de recusar sem perder o valor enquanto pessoa)

  • técnica do "Disco Riscado":

    • repita calmamente a mesma resposta até que o outro aceite (ex.: "Percebo o que dizes, mas não vou aceitar este pedido")

  • Ensaio comportamental:

    • em casa, simule um diálogo em que exprime uma necessidade ou recusa de forma assertiva.

    • avalie depois: o que correu bem? o que pode melhorar?

  • Feedback construtivo:

    • Use a fórmula: "Quando (situação), eu sinto (emoção) e gostaria que (pedido específico).


Considerações finais:

A comunicação assertiva constitui uma ferramenta essencial para a regulação emocional, para o desenvolvimento de relações interpessoais saudáveis e para a construção de uma auto-estima realista. Embora nem sempre permita alcançar todos os objetivos, promova invariavelmente a congruência interna e o respeito mútuo. Importa salientar que esta é uma competência treinável, que pode ser desenvolvida através da aprendizagem estruturada e a prática contínua.




 
 
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